A importância da telemedicina em época de pandemia

Atualmente, todas as atenções estão voltadas ao novo Coronavírus, pandemia que desde novembro tem tomado grandes proporções, até que em fevereiro chegou ao Brasil, fazendo com que nossa sociedade entrasse em isolamento social e, com isso, fez com que todos mudassem seus hábitos, inclusive o de visitar o médico de maneira periódica.

Devido à COVID-19 e o alto número de tratamento nos hospitais nacionais, sejam eles particulares ou públicos, e a concentração dos cuidados com os infectados, as pessoas com outros problemas de saúde, infelizmente, não são atendidas, até mesmo por questão de segurança.

A partir dessa realidade, muitos pacientes têm recorrido a alternativas de atendimento, pois além do Coronavírus, o Brasil sofre de outras doenças comuns e viroses respiratórias que são bastante comuns entre o outono e inverno, estações do ano que são conhecidas pelo tempo seco que favorece a complicação de problemas, como bronquite e asma, ou patologias mais brandas como rinite alérgica e sinusite, mas que também são perigosas, caso não ocorra tratamento adequado e a tempo.

Além disso, existem as doenças que aumentam o risco do paciente desenvolver formas mais graves dessas infecções, inclusive pela Covid-19, como doenças cardíacas, obesidade, hipertensão arterial, diabetes tipo 1 (causada pela produção insuficiente de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue) diabetes do tipo 2 (elevação do açúcar no sangue, causada por obesidade e hábitos de vida e alimentares não saudáveis, como sedentarismo e alta ingestão de açúcares e alimentos ultraprocessados).

Sabendo desses riscos, podemos concluir que as pessoas que que tem alguma doença prévia, devem procurar auxílio médico urgentemente. Porém, como o atendimento médico hospitalar tem sido concentrado no tratamento dos pacientes contaminados com a COVID-19 e os atendimentos ambulatoriais reduzidos pelo isolamento social, tornou-se urgente considerar outras formas desses pacientes alcançarem atendimento médico.

A teleconsulta, por mais que seja regulamentada no Brasil desde 2002, ainda não é era uma alternativa popular entre os pacientes e médicos. Nos últimos anos, os atendimentos de psicologia, especialmente entre os trabalhadores e estudantes que exercem as duas atividades, têm acontecido através de consultas online, mas ainda é uma realidade pouco comum. Ainda assim a prática de teleatendimento vem crescendo devagar, mas constante pois tem benefícios inegáveis como não precisar de grandes deslocamentos e apresentar um custo benefício interessante, pois em muitos casos, o atendimento remoto é comprovadamente mais acessível.

A pandemia e isolamento social estão acelerando nossa adaptação a essa nova forma de ajudar as pessoas. E a possibilidade de atender à distância de forma segura, principalmente pessoas que estão em regiões do Brasil mais afastadas das grandes metrópoles, mas que ainda sim têm acesso à internet, levando conhecimento e experiência sem nos preocupar com a necessidade de deslocamento, como já fazemos por meio de interconsulta à distância, a qual o médico especialista ajuda o médico generalista nos casos mais raros e difíceis.

Durante o atendimento remoto é responsabilidade do médico avaliar se haverá necessidade de atendimento presencial. Existem condições de saúde que o exame físico é muito importante para definir conduta. Nesses casos, caberá ao médico orientar como o paciente deve fazer, se deve ir a um pronto socorro ou até o consultório. Porém, boa parte dos problemas conseguimos entender e ajudar, mesmo sem estarmos próximos fisicamente.

Hoje, inúmeros hospitais, consultórios e planos de saúde trabalham com atendimento remoto com seus pacientes e o investimento em tecnologia só tem aumentado. Por meio de plataformas online, os contratantes do serviço conseguem acessar com facilidade suas informações, como histórico de exame, verificar a data da consulta agendada, dados dos médicos e outras possibilidades.

A prática é tão importante e reconhecida, que o CFM - Conselho Federal de Medicina a certificou e aprovou o método, além de já existir órgão regulatórios, chamado internacionalmente de ATA – American Telemedicine Association. Nas universidades, a metodologia também é aplicada, e existe uma disciplina específica sobre telemedicina para os alunos.

 E, para quem dúvida da eficácia e confiança do teleatendimento, a prática segue as normas determinadas pelo CFM e todos os médicos devem apresentar seus registros, conforme resolução 1643/2002. Além disso, a administração é obrigada a se registrar no CRM (Conselho Regional de Medicina) da cidade em que atua e oferecer a infraestrutura necessária para os clientes.

Apesar do isolamento social, as pessoas continuam necessitando de ajuda e acompanhamento médico, para serem diagnosticadas ou para manterem seus tratamentos, portanto a telemedicina seria a forma mais segura e eficaz, mitigando o risco de se expor ao vírus.

Nesse momento é importante ter responsabilidade com a saúde dos nossos pacientes e com a dos médicos também, por isso, o teleatendimento na área da medicina tem sido uma alternativa recomendável. Em diversos segmentos de atuação, as pessoas têm se reunido virtualmente e tentado resolver a situação como podem, com a saúde não deve ser diferente.


Artigo de Drª Mariana Alli

Drª Mariana Alli é médica, graduada pela Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, com especialização em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, e especialista em emagrecimento saudável e reversão da síndrome metabólica.

Possui o Título de Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia desde 2014. Atualmente é médica endocrinologista e faz parte do Corpo Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein (Unidade Morumbi), desde 2015. Atende seus pacientes em seu consultório particular no Hospital Albert Einstein Unidade Morumbi e na região de Pinheiros - SP.

Fundadora da Klyn - Concierge Medicine.
 

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