Uber como ferramenta de melhoria da saúde?
Post original do Professor Alvaro Camargo
Achamos muito interessante o post do Professor Alvaro, por isso replicamos ...
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Por Alvaro Camargo em 20 de março de 2018.
O texto a seguir é um resumo de um artigo original, escrito e publicado em 20 de março de 2018 pela jornalista Jaimy Lee, editora de notícias do LinkedIn para a área de Saúde. Resolvi fazer um resumo do artigo para meu amigo e colega, Isaac Ferraz, que está fazendo doutorado na área que envolve a intersecção entre mobilidade urbana e saúde. Ao ler o artigo original eu logo cheguei a conclusão de que a reportagem merecia uma divulgação maior já que trata de um assunto de interesse geral: como melhorar a saúde pública com plataformas digitais de compartilhamento de veículos como Uber, 99, Easy Taxi e Cabify ? Dada a importância do tema eu resolvi publicar este texto.
Segundo a jornalista Jaimy Lee, existe atualmente uma disputa ferrenha entre Lyft e Uberpara se tornarem o principal meio de transporte de pacientes. Segundo a jornalista, o Dr. John Brownstein, diretor de inovação do Hospital Infantil de Boston, teve a ideia de que o Uber poderia ser usado para auxiliar o transporte de pacientes no final de 2013. O médico deixou um comentário no aplicativo depois de usar o Uber. A empresa ligou de volta para ele. Conclusão: passados três anos, o Dr. John Brownstein foi cofundador da Circulation, uma Startup que fornece o transporte de qualquer tipo para os pacientes para garantir que eles cheguem às consultas médicas. A empresa faz uso do Lyft e do Uber.
Segundo o médico, os fornecedores de serviços de saúde deveriam considerar o uso de plataformas de transportes sob demanda para seus pacientes. O artigo de Jaimy Lee cita exemplos de uso de plataformas como o Uber na área de saúde: médicos poderiam ser enviados para as casas dos pacientes para examiná-los após a alta hospitalar. Além disso, plataformas como o Uber e similares poderiam também transportar medicamentos controlados e equipamentos médicos para tratamento de pacientes em casa.
Segundo Jaimy Lee, não é surpresa que tanto a Lyft como a Uber tenham anunciado uma série de parcerias com organizações de saúde. A Lyft, por exemplo, desenvolveu uma parceria com a empresa Allscripts, fornecedora de pessoal médico especializado e que também faz gerenciamento de práticas e fornece serviços de registros eletrônicos de saúde. A Allscripts está colocando a plataforma da Lyft em seu sistema, o que permitirá que os médicos e hospitais que usam seus sistemas possam buscar pacientes em suas casas para consultas e procedimentos médicos. A Lyft também está se unindo à Hitch Health, empresa que desenvolveu uma plataforma que conecta sistemas de registro eletrônico de saúde com a tecnologia de plataformas de veículos por aplicativo. Isso obviamente permite aumentar o fluxo de pacientes para hospitais e clínicas. Por outro lado, no dia 1º de março de 2018, foi lançado nos EUA o serviço Uber Health, que é uma plataforma que permite que as organizações de saúde programem viagens para seus pacientes. Segundo Jaimy Lee, mais de 100 provedores já estão usando a versão beta do Uber Health.
Mais recentemente, a Blue Cross Blue Shield Association (BCBS) declarou estar testando um programa que usa o Lyft para levar os pacientes às farmácias da rede CVS e da Walgreens para facilitar a compra de medicamentos e também para fazer consultas com seus médicos. As seguradoras do grupo BCBS e as redes de farmácias reembolsarão o custo da viagem dos pacientes. Tudo isso tornará mais fácil melhorar o transporte na área da saúde. Quando os pacientes não comparecem às consultas agendadas, os profissionais e as organizações de saúde perdem dinheiro. E os pacientes que perdem suas consultas também não recebem os cuidados necessários. Por fim, as drogarias também são prejudicadas quando os pacientes não conseguem buscar seus medicamentos.
Apesar de todo o interesse das empresas, o sucesso da iniciativa ainda não é claro. Um estudo publicado em fevereiro de 2018, no periódico cientifico JAMA Internal Medicine, revelou que a adoção dos serviços de transporte através de plataformas de veículos por aplicativos por pacientes de cuidados primários foi baixa. Mas isso não quer dizer o uso dessas plataformas de transporte está fadado ao fracasso. É provável que o transporte de pacientes continue a ser um tópico de muito interesse, conforme afirmação de Kristin Schondorf, líder da área de mobilidade e de transporte da consultoria Ernst & Young nos EUA.
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