Design Thinking: Educação e Inovação para Experiências futuras na Saúde
Artigo de Val Sátiro
Val Sátiro
Fundadora da Interação Saúde -
Cuidados na Saúde da Mulher e
Idealizadora do Health Hub,
Rede de Negócios na Saúde
Artigo originalmente publicado em: https://interacaosaudemulher.blogspot.com/2019/06/design-thinking-educacaoe-inovacao-para.html
Comecei um mestrado em Antropologia, em 2011, numa Universidade Pública, renomada aqui em São Paulo, e tranquei, justamente por ver um sistema “engessado” para novas ideias, mesmo com minha linha de pesquisa, sendo aceita por uma orientadora maravilhosa e tão a frente do tempo quanto eu, que encarou o desafio, até onde pôde!
O projeto tratava de temas como inovação, design, empreendedorismo, sustentabilidade e marketing digital, visando a capacitação e inclusão de jovens de periferias, e devido à tantos empecilhos, resolvi deixar a academia das teorias e ir à prática, atuar direto com as ONG´s, dentro das comunidades, próxima aos jovens e suas realidades.
E o tempo passou...
estive tempos atrás em um evento internacional de saúde onde uma designer e principal cientista de pesquisa da Verily Life Sciences, discutiu os desafios e oportunidades na inovação, incluindo a saúde hoje e como os profissionais de saúde podem começar a aplicar uma abordagem mais centrada no ser humano, onde tratou de temas como Design Thinking envolvendo:
Aplicação do Design Thinking para os cuidados na saúde
A pesquisadora, abordou que quando as metodologias de pensamento de design são aplicadas aos cuidados de saúde, elas levam a um foco humano e leva a uma abertura para gerar e testar muitas ideias para encontrar soluções mais inovadoras e de longo alcance.
Numa visão inicial a designer e pesquisadora, disseminou como conduziu sua primeira entrevista junto a um paciente com esquizofrenia.
Ela não usou termos técnicos ou clínicos, usou da informalidade, durante a entrevista e disse que resolveu se conectar diretamente com o paciente, colocando-o à vontade e fazendo com que ele se abrisse e se expressasse.
Como resultado do trabalho, sua equipe criou um aplicativo que ajuda pessoas com esquizofrenia a atingir metas e se envolver com outras pessoas para obter apoio.
O objetivo é melhorar a qualidade de vida e aliviar os sintomas do difícil tratamento dentro dessa população, e até agora os resultados dos primeiros testes são bem promissores.
O que demonstra, foi o que eu percebi quando me vi me alienando contra o sistema da academia (teses) e ir direto apoiar os jovens: os provedores das soluções são parte do problema, e em se tratando de saúde, o paciente precisa ser visto como uma pessoa, primeiro, antes de qualquer iniciativa.
Mudanças de mentalidade na área da saúde
A designer mencionou três mudanças de mentalidade que estão atualmente levando a saúde para uma direção mais centrada no ser humano.
1. Mudanças para os cuidados baseados em valor
A saúde está se movendo para além das paredes dos hospitais, e também para as comunidades e o papel dos provedores de saúde está mudando.
Estamos vendo novas questões como, o que fazemos sobre a solidão e depressão; como se constata, a solidão e a depressão, que são tão fatais quanto fumar e diabetes.
Esses tipos de perguntas levam a uma melhor compreensão dos pacientes e criam ecossistemas inteiros de cuidados na saúde.
2. De reativo para proativo
Todos têm o poder de conhecer seus corpos e sua saúde antes que algo esteja errado. A saúde está se tornando um processo de auto-exploração, que cria pontos de entrada para as pessoas e ofertas para uma melhor saúde.
Estamos vendo um movimento de mudança da assistência médica para prevenção por aplicativos, por exemplo, que podem nos ajudar a entender melhor quem somos.
3. Equilibrar a alta regulamentação com experimentação
Os comitês de privacidade e riscos geralmente bloqueiam ferramentas para ter controles na segurança. Mas existe a oportunidade de convidar as pessoas a serem preparadas e informadas sobre suas escolhas, o que fazem em termos da tecnologia que usam e dar a elas a opção de optar pelas ferramentas.
Devemos ter altos padrões de privacidade (visto que em breve a LGDP – Lei Geral de Proteção de Dados, será obrigatoriedade), e garantir que nossas ferramentas sejam seguras, mas ainda há espaços para experimentar e ter o consentimento informado para “prototipar” ferramentas que talvez ainda não estejam prontas para grande escala (pilotos).
Como aplicar o Design Thinking aos desafios no setor da saúde?
Começar definindo o problema que está se tentando resolver, antes de passar para as soluções, dedicar algum tempo à compreensão mais profunda das necessidades das pessoas que se atende. Encontrar apoio para trabalhos co-criativos que acontecem dentro e fora da organização em que se atua, sair e inspirar-se; entrar em novos contextos, conectar-se com as pessoas.
Depois de ter uma compreensão das pessoas que você está atendendo comece a criar e ter ações para suas ideias, por: brainstorm, quais podem ser as soluções; Quais serão as maneiras de abordagens?
Faça uma lista de experimentações, que podem envolver alguns “stakeholders”.
A ideia não é ter sucesso imediatamente, mas aprender o máximo possível.
Este fato, mostra a importância da interação entre técnicas como os fundamentos do Design Thinking, trabalhando com outras iniciativas no setor da saúde, interessadas em gerar mais ações centradas no ser humano.
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Sobre Val Sátiro
Fundadora da Interação Saúde -
Cuidados na Saúde da Mulher e
Idealizadora do Health Hub,
Rede de Negócios na Saúde
Artigo originalmente publicado em: https://interacaosaudemulher.blogspot.com/2019/06/design-thinking-educacaoe-inovacao-para.html
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