Design Thinking: Educação e Inovação para Experiências futuras na Saúde

Artigo de Val Sátiro

Comecei um mestrado em Antropologia, em 2011, numa Universidade Pública,  renomada aqui em São Paulo, e tranquei, justamente por ver um sistema “engessado” para novas ideias, mesmo com minha linha de pesquisa, sendo aceita por uma orientadora maravilhosa e tão a frente do tempo quanto eu, que encarou o desafio, até onde pôde!

O projeto tratava de temas como inovação, design, empreendedorismo, sustentabilidade e marketing digital, visando a capacitação e inclusão de jovens de periferias, e devido à tantos empecilhos, resolvi deixar a academia das teorias e ir à prática, atuar direto com as ONG´s, dentro das comunidades, próxima aos jovens e suas realidades.

E o tempo passou...

estive tempos atrás em um evento internacional de saúde onde uma designer e principal cientista de pesquisa da Verily Life Sciences, discutiu os desafios e oportunidades na inovação, incluindo a saúde hoje e como os profissionais de saúde podem começar a aplicar uma abordagem mais centrada no ser humano, onde tratou de temas como Design Thinking envolvendo: 

  • Design de Serviços, 
  • Inovação, 
  • Educação 
  • Aberta, 
  • Experiência do Paciente
  • entre outros...
e a sugestão foi exatamente a percepção que tive na época do Mestrado: planejamento, mas com ação, proatividade...

Aplicação do Design Thinking para os cuidados na saúde

A pesquisadora, abordou que quando as metodologias de pensamento de design são aplicadas aos cuidados de saúde, elas levam a um foco humano e leva a uma abertura para gerar e testar muitas ideias para encontrar soluções mais inovadoras e de longo alcance.

Numa visão inicial a designer e pesquisadora, disseminou como conduziu sua primeira entrevista junto a um paciente com esquizofrenia. 

Ela não usou termos técnicos ou clínicos, usou da informalidade, durante a entrevista e disse que resolveu se conectar diretamente com o paciente, colocando-o à vontade e fazendo com que ele se abrisse e se expressasse.

Como resultado do trabalho, sua equipe criou um aplicativo que ajuda pessoas com esquizofrenia a atingir metas e se envolver com outras pessoas para obter apoio. 

O objetivo é melhorar a qualidade de vida e aliviar os sintomas do difícil tratamento dentro dessa população, e até agora os resultados dos primeiros testes são bem promissores.

 O que demonstra, foi o que eu percebi quando me vi me alienando contra o sistema da academia (teses) e ir direto apoiar os jovens: os provedores das soluções são parte do problema, e em se tratando de saúde, o paciente precisa ser visto como uma pessoa, primeiro, antes de qualquer iniciativa.

Mudanças de mentalidade na área da saúde

A designer mencionou três mudanças de mentalidade que estão atualmente levando a saúde para uma direção mais centrada no ser humano.

1. Mudanças para os cuidados baseados em valor

A saúde está se movendo para além das paredes dos hospitais, e também para as comunidades e o papel dos provedores de saúde está mudando. 

Estamos vendo novas questões como, o que fazemos sobre a solidão e depressão; como se constata, a solidão e a depressão, que são tão fatais quanto fumar e diabetes. 

Esses tipos de perguntas levam a uma melhor compreensão dos pacientes e criam ecossistemas inteiros de cuidados na saúde.

2. De reativo para proativo

Todos têm o poder de conhecer seus corpos e sua saúde antes que algo esteja errado. A saúde está se tornando um processo de auto-exploração, que cria pontos de entrada para as pessoas e ofertas para uma melhor saúde. 

Estamos vendo um movimento de mudança da assistência médica para prevenção por aplicativos, por exemplo, que podem nos ajudar a entender melhor quem somos.

3. Equilibrar a alta regulamentação com experimentação

Os comitês de privacidade e riscos geralmente bloqueiam ferramentas para ter controles na segurança. Mas existe a oportunidade de convidar as pessoas a serem preparadas e informadas sobre suas escolhas, o que fazem em termos da tecnologia que usam e dar a elas a opção de optar pelas ferramentas. 

Devemos ter altos padrões de privacidade (visto que em breve a LGDP – Lei Geral de Proteção de Dados, será obrigatoriedade), e garantir que nossas ferramentas sejam seguras, mas ainda há espaços para experimentar e ter o consentimento informado para “prototipar” ferramentas que talvez ainda não estejam prontas para grande escala (pilotos).

Como aplicar o Design Thinking aos desafios no setor da saúde?

Começar definindo o problema que está se tentando resolver, antes de passar para as soluções, dedicar algum tempo à compreensão mais profunda das necessidades das pessoas que se atende. Encontrar apoio para trabalhos co-criativos que acontecem dentro e fora da organização em que se atua, sair e inspirar-se; entrar em novos contextos, conectar-se com as pessoas.

Depois de ter uma compreensão das pessoas que você está atendendo comece a criar e ter ações para suas ideias, por: brainstorm, quais podem ser as soluções;  Quais serão as maneiras de abordagens? 
Faça uma lista de experimentações, que podem envolver alguns “stakeholders”. 
A ideia não é ter sucesso imediatamente, mas aprender o máximo possível.

Este fato, mostra a importância da interação entre técnicas como os fundamentos do Design Thinking, trabalhando com outras iniciativas no setor da saúde, interessadas em gerar mais ações centradas no ser humano.

Sobre Val Sátiro

Val Sátiro 
Fundadora da Interação Saúde - 
Cuidados na Saúde da Mulher e 
Idealizadora do Health Hub, 
Rede de Negócios na Saúde










Artigo originalmente publicado em: https://interacaosaudemulher.blogspot.com/2019/06/design-thinking-educacaoe-inovacao-para.html

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