E como evitar o desperdício hospitalar?

artigo de Rafaela Flamino


53% dos custos assistenciais são consumidos por desperdícios causados por falhas na entrega de valor, segundo a plataforma Valor Saúde Brasil, da DRG Brasil e IAG Saúde. Tais recursos poderiam ser investidos na operação em si.

É evidente que o desperdício deve ser evitado em qualquer lugar, em um hospital não seria diferente. Afinal, cada material descartado, usado incorretamente ou mesmo que tenha data de validade expirada antes do uso significa prejuízo. E como identificar as principais fontes dos desperdícios hospitalares?

  • Retrabalho: refazer alguma atividade que não foi realizada como deveria
  • Espera: quando um profissional de saúde precisa aguardar muito tempo por suprimento ou medicamento por não o ter em seu posto de trabalho
  • Movimentação: movimentação de pessoas sem necessidade desfalcando a assistência aos pacientes
  • Estoque ineficiente: excesso de medicamentos ou suprimentos, bem como o excesso dos mesmos.

E o que fazer para evitar o desperdício hospitalar?

Planejamento – saiba exatamente os materiais e artigos que precisam ser usados durante um período específico para realizar a compra certa e no momento certo. Tenha uma lista com todos esses itens antes de ir às compras para que não falte no dia a dia do hospital e nem para que fiquem parados no estoque. Para isso, com base nas informações de cada produto, defina o período de compra de cada item. Essa técnica será muito útil para evitar aquisições impulsivas. 

Faça controle de estoque – a desorganização, sem dúvidas, significa prejuízos para qualquer empresa, inclusive um hospital. Por isso, preze pelo equilíbrio. Um estoque vazio pode significar falta de produtos, como itens básicos para procedimentos rotineiros, assim como um estoque muito cheio significa dinheiro parado. Para isso, minha sugestão para a otimização da rotatividade do estoque deve permear os seguintes pontos:

  • os cadastros precisam ser padronizados para se evitar duplicações e demais erros que dificultam o controle rigoroso
  • a qualificação de fornecedores precisa estar sempre completa e atualizada
  • a área de compras precisa ter seus processos padronizados, com orientações específicas sobre quando comprar, quantidades e onde comprar
  • compreender a armazenagem de cada produto pois pode haver necessidades específicas, como temperaturas e perecimento
  • use a tecnologia a favor da sua instituição. Atualmente, existem vários softwares de controle de estoque específicos para a área hospitalar, o que facilita o trabalho do gestor e também dos colaboradores
  • sempre podemos melhorar, por isso, avalie rotineiramente os processos para estocar e armazenar suprimentos.   
Acompanhe os indicadores – Contra fatos não há argumentos, por isso, faça a gestão do estoque baseado em indicadores, tais como: giro de estoque;
  • pedidos sem avarias;
  • pedidos com avarias;
  • ruptura de estoque;
  • taxa de retorno;
  • índice de atendimento;
  • falta de insumo.

A combinação de alguns desses indicadores, por exemplo, podem auxiliar a gestão a compreender sua operação de estoque e, ao analisar o giro do estoque será possível identificar a atuação do setor frente a realidade da empresa, como os produtos com saída mais frequente e aqueles que não são muito usados; produtos que foram entregues sem nenhum problema; o número de produtos em falta com os itens que estão disponíveis para o uso; a quantidade de produtos que retornaram ao estoque depois de terem sido comprados; a quantidade de clientes satisfeitos com a quantidade de mercadorias disponíveis no estoque e a falta de insumos, por exemplo.

Capacitação dos recursos humanos – É fundamental que a área de suprimentos esteja informada e treinada para operacionalizar o setor com máxima eficiência, mitigando custos.

Processos automatizados – Com boas ferramentas é possível realizar a gestão de estoque de materiais, monitorar os recursos financeiros, entre outras funções dos gestores e profissionais de saúde.

Estabeleça protocolos assistenciais – Padronize e documente os processos internos. Isso assegura que os profissionais sempre tenham o suporte adequado para tomar decisões mais assertivas, evitando compras impulsivas, por exemplo. A elaboração de protocolos que documentem esses processos servirá de parâmetro para que todos os funcionários estejam orientados a desempenharem suas funções da melhor forma possível.

Analise os fornecedores com frequência – sempre que necessário, pesquise novas empresas para estabelecer parcerias, encontrar produtos de melhor qualidade, inovadores e com preços atrativos

Diante disso, entendendo que o desperdício custa dinheiro que poderia ser aplicado em outras oportunidades, mais inteligentes, espero ter mostrado como uma boa gestão das atividades e dos recursos disponíveis, é possível diminuir o custo das operações dentro de um hospital. 



artigo original

Escrito por

Rafaela Flamino
Superintendente Administrativa, Técnico e Operacional no Complexo Unimed Guarulhos
Esse é um dos maiores desafios encontrados em instituições de saúde que apresentam valores exorbitantes associados à grande quantidade de recursos mal utilizados. Desde exames desnecessários até uma gestão ineficiente do setor de custos, muito dinheiro acaba sendo escoado por descuido. Se assim como eu, você precisa lidar com esse desafio, lhe convido a conhecer um pouco sobre o que aprendi ao longo desses anos cuidando da maior operadora de saúde da cidade de Guarulhos e região e deixar nos comentários seu ponto de vista sobre estratégias para resolver ou, ao menos, mitigar essa questão. Boa leitura! hashtagsaúde hashtaggestão hashtagdinheiro

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